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Algumas pessoas querem saber tudo. Outras não querem saber nada.

Eu sempre gostei de saber a verdade, mas à vezes eu tenho medo, não exatamente da verdade, mas do que eu penso ser verdade.

Sou fã do silêncio. O silêncio diz tudo, sem palavra alguma. Como medir esse aproveitamento? Zero de investimento, com 100% de retorno? Do nulo, ao nulo.

Mas essa é semelhança entre o começo do dia e a matéria prima: dependendo da manufatura, a noite é satisfatória. Mas não é a concretização que importa, é o potencial do que ainda não foi, e pode ser que será, ou pode não ser, ou pode nem mudar e continuar sendo o que é pra um outro dia, talvez, deixar de ser o que é pra ser outra coisa.

É aquele ponto tracejado amarelo, marcado no asfalto, antes da bifurcação. O ponto máximo da escolha.

Todo o resto é consequência.

Esse momento silencioso, incógnito, reticente, é o que há de melhor.

Todo o resto, é consequência.

Sempre que penso em escrever algo, minhas intenções acabam se misturando e pedendo o foco e o endereço. Blog, Fotolog, Twitter. Cada um com uma cara, todas minhas. Me chamar de duas-caras seria grosseiro, e ingenuamente humilde. Ponho a cara a tapa porque tenho muito mais caras que os dedos da sua mão podem contar. Todas elas têm bons motivos.

E algumas vezes, eu sozinho num ambiente, já somos pessoas demais.

"Mas é tão igual, tudo é tão igual" ♫

Um dia após o outro. Uma semana após a outra. Um mês após o outro. Até as coisas novas são antigas. O que acontece já aconteceu.

Aliás, que é novo mesmo?

Algumas vezes a maior dificuldade tá em discernir o que é sólido.

The selfish philanthropist

You have your things
I have mine own
Everyone has their onw ones
And they seem so proud to show

Do they think it's some special stuff?

I don't know how to name them,
don't know from where they came
don't know what they're for
don't know even their shapes

All I know it's just they're mine
It's all is mine
It's all I have
Don't tell me I'm selfish
if I don't want to share

It's all I am
It's all i have
I'm sorry if you'll never see
But that's the way, it's gonna be

"...
-Então você usa óculos?
-É... só pra descanso, sabe?
-Hum, e vc usa quando?
-Quando tô trabalhando.
-(????)
..."

A gente vai dormir de dia, todo dia, todo o dia. Nossas peles serão macilentas e óculos escuros serão desnecessários. Vamos viver quando menos se vive. Vamos poder ver a lua por entre as folhas das copas das árvores. Nada de abelhas, moscas. Apenas vaga-lumes e talvez fogo-fátuos.

Não sei porque tanto medo do escuro. Não me diga que é medo do desconhecido. Se você soubesse que o que te cerca é pior que a dúvida da escuridão, fecharia os olhos também.

Não esqueça a luz acesa ao sair.

Um tique nervoso bem entre minhas sombrancelhas sinaliza a preocupação. Ou seria apenas uma resposta nervosa ao café que tomei depois das poucas horas de sono? Eu pressiono o ponto com o indicador. O lugar treme um pouco ainda assim. Mas eu gosto.

"It's 3 in the morning and you're eating alone" ♫

Ó, merda! E eu nem tenho nada pra comer agora...

Ainda assim, minha mente consome o que cerca. Estaria minha mente tendo uma intoxicação alimentar? Como faço pra vomitar? Enfio o dedo no nariz ou no ouvido?

"Estou cansado de tanta caretice, tanta babaquice, dessa eterna falta do que falar" ♪

Na verdade estou cansado é de prepotência e presunção. Será que são sinônimos? Sou humilde para admitir que não sei, e humilde o suficiente pra admitir que estou com preguiça e não vou ver isso 3 da manhã. Ainda que deveria antes de publicar.

É óbvio que ninguém é perfeito. Aliás, admitir isso deixou de ser uma depreciação há tempos. Na verdade, é cult. Na verdade é mais uma presunção em direção à perfeição. É bom falar que é ruim. É bonito falar que é feio. Como não ser presunçoso sem ser clichê?

As pessoas dizem que as primeiras vezes são difíceis. Eu penso que as pessoas estão mal direcionadas. Acredito que é justamente o contrário. O primeiro post do ano não torna o segundo mais fácil.

Aprimeira vez que você faz algo, você simplesmente faz. Na segunda, você faz em dobro. Você faz, pensando em como fez, e com a cobrança de a segunda vez sair melhor que a primeira. Sempre em frente! Para o alto e avante! Mas não somos Super-Homens. Nem ao menos Jimmy Olsens!

Primeiro

Hoje seria o primeiro post do ano. Digo "seria" porque trabalho, ainda, com a hipótese do começo sem fim, fadado ao meu próprio esquecimento e da nunca existência para os outros. E cada minuto vendo o cursor piscando no fundo branco reforça ainda mais essa idéia.

Fico pensando nos grandes escritores reclamando sobre seus bloqueios. Será que eu tive um bloqueio? Quando e de que? Será que expira? Ou aspira?